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Atraso do 5G gera prejuízo de R$ 25 bilhões por ano ao país

Para Ericsson, o custo do atraso da implantação da tecnologia afetará toda a cadeia, sobretudo o varejo

A tecnologia 5G vai muito além dos serviços de comunicação. O varejo , por exemplo, é uma parte muito importante a ser considerada nesse processo. O custo do atraso da implantação da tecnologia 5G representará para o Brasil uma perda anual de R$ 25 bilhões em arrecadação para os cofres públicos, e grande parte desse valor envolve a venda de terminais móveis inteligentes, os smartphones, segundo Tiago Machado, diretor de relações Institucionais da Ericsson. “Estamos falando de receitas da ordem de R$ 180 bilhões, até 2025. Desse total, R$ 70 bilhões serão revertidos em impostos para o caixa do governo”, afirma.

A pesquisa desenvolvida pela Ericsson – Análise sobre o Custo do Espectro no Brasil –, apresentada na Futurecom 2019, tem o objetivo de ampliar o entendimento de como a adoção da tecnologia 5G acontecerá no Brasil. A expectativa da empresa é que a 5G seja adotada mais rápido do que foi a 4G, após seu lançamento em 2009. “Trata-se de uma evolução natural em função da diversificação dos serviços, mesmo com a previsão de aumento da receita média por usuário de 25% a 50%”, afirma Machado.

Na sua opinião, a primeira onda da nova tecnologia chegará entre os usuários high-end, considerados os mais engajados com as mudanças tecnológicas. Muitos deles se mostram dispostos a pagar até 50% a mais para ter acesso a serviços mais velozes.

Leilão não arrecadatório

De acordo com o estudo, o Brasil tem hoje uma posição de destaque em relação ao espectro total disponível para redes móveis, bastante acima da média regional e no mesmo nível de Europa e Estados Unidos, com pouco mais de 600MHz para as tecnologias 2G, 3G e 4G. Na opinião de Machado, esse cenário, no entanto, deverá sofrer alterações significativas. “Uma série de países já vêm se adiantando nos leilões de novas faixas de frequência, como 3.5GHz, 2.3GHz, 600MHz e as bandas milimétricas de 26/28GHz, 40GHz e outras que serão fundamentais para a evolução das redes atuais e a introdução do 5G a partir de 2019”, explica.

Segundo ele, o leilão é uma boa ferramenta para avaliar o valor que o mercado dá para determinado espectro. Porém, há uma série de questões a serem consideradas. “Se for uma licitação onerosa e com estrutura que limita a quantidade do espectro, criando escassez artificial, vai acarretar em atraso para a adoção da tecnologia no Brasil. Estamos trabalhando para que seja um leilão não arrecadatório, com blocos de frequência de 100 MHz por operadora nas bandas médias”, diz.

Uma outra preocupação de Machado consiste no risco de ociosidade e especulação possíveis de ocorrer, caso o governo reserve espectro de 5G para os pequenos provedores (PPPs). Conforme lembrou, no passado o governo endereçou a faixa central da banda de 2,6 MHz aos PPPs, muitos compraram porém não houve implantação de redes. “O mercado hoje não precisa de mais competição, mas sim de investimento. É necessário estabelecer agora um norte para que na próxima Futurecom estejamos mostrando as redes funcionando comercialmente”, diz.

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