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Oi calcula que valor de mercado da V.tal passará dos R$ 100 bi em 2026

Quando BTG comprou fatia de 66%, V.tal foi avaliada em cerca de R$ 20 bilhões. Pelo novo plano de recuperação judicial, a empresa de rede neutra valerá R$ 105 bilhões em 2026

Crédito: Freepik

O novo plano de recuperação judicial da Oi, tornado público no sábado, 20, traz como solução para os problemas financeiros da companha a venda de subsidiárias. Ali estão listadas as vendas da Serede e da Tahto, como antecipou o Tele.Síntese, da Oi Soluções, a criação e a venda do controle da unidade de varejo de fibra, chamada provisoriamente de ClientCo, e como já havia sido avisado pela empresa, da V.tal.

Chama atenção o valor estimado pela Oi para a V.tal daqui a três anos. Quando 66% das ações foram vendidas a fundos do banco BTG Pactual em 2021, a operadora de rede neutra criada pelo spin-off da infraestrutura óptica da Oi tinha valor estimado em R$ 20 bilhões. Significa que haverá um salto de cinco vezes em cinco anos.

A estimativa chamou atenção da consultoria EY, que elaborou o laudo financeiro do plano de recuperação judicial. Ela classificou preços e prazos para venda de ativos fundadas em premissas que “se basearam nas melhores expectativas do Grupo Oi”. Diz que essas premissas “carregam algumas subjetividades relacionadas às transações, não sendo possível garantir a exatidão de determinados prazos, valores e estruturas”.

A EY destaca, porém, que não se aprofundou nos “valuations” por não ser parte do escopo do trabalho para emissão do laudo financeiro.

O plano de recuperação apresentado prevê a conversão de parte da dívida de credores em participação na V.tal, e venda dos 14,6% restantes em duas etapas: venda de 7,3% em 2025 por R$ 6,7 bilhões e outros 7,3% em 2026, por R$ 7,7 bilhões.

A venda de 40% da ClientCo em 2025 é estimada em R$ 4,8 bilhões, mas o plano não diz exatamente se essa será a fatia total que a Oi planeja alienar já.

Por fim, a EY conclui no seu laudo que há ao menos cinco premissas adotadas pela Oi que resultam em mudança profunda no planejamento estratégico do grupo, mas podem não acontecer da forma esperada:

  1. A alienação de 40% da UPI ClientCo pelo valor de R$ 4,8 bilhões em 2025, operação bastante relevante na composição das receitas do Grupo Oi;
  2. A alienação de 14,6% da participação remanescente detida pela Oi na V.tal, pelo valor total
    de R$ 14,4 bilhões em 2026 e 2027;
  3. Margens LAJIDA superiores aos patamares atuais e de seu histórico recente para suas três
    unidades de negócio, Oi Fibra, Oi Soluções e Legado;
  4. Resolução dos processos de arbitragem relacionados à alienação da UPI Móvel de maneira não gerar desembolsos adicionais para a Oi; e
  5. Resolução das disputas com a agência reguladora sem a imposição de ônus à Companhia.

“A viabilidade do PRJ, sob a ótica econômico-financeira, está baseada na materialização das premissas, assunções e ressalvas nelas expressadas, e desde que haja a concretização da alienação mínima de 40% da UPI ClientCo, para suprir uma necessidade de caixa em 2025, e a alienação da participação da Oi na V.tal nos moldes descritos no PRJ”, avalia a EY. Além disso, o sucesso da recuperação depende também da concretização do empréstimo ponte de R$ 1,4 bilhão e de novo empréstimo ponte de R$ 4 bilhões.

Garantias

O plano apresentado pela Oi prevê a emissão de dívida de R$ 10,75 bilhões para substituir créditos atualmente tomados junto a credores, com juros de até 8%, com pagamento do principal em até 5 anos. Entre as garantias para este empréstimo estão a alienação de parte da ClientCo, da Oi Soluções, recursos eventualmente obtidos ao fim da arbitragem junto a Claro, TIM e Vivo sobre o preço da Oi Móvel, recursos da venda da Tahto e da Serede.

Essas também são garantias para o credores que participarem do novo empréstimo ponte, de R$ 4 bilhões. Estes terão prioridade para receber os pagamentos.

Aqui o novo Plano de Recuperação da Oi

Aqui o Laudo da EY 

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