Anatel aprova estudo para flexibilizar uso de repetidores de SMP em pequenas localidades

Serão analisadas sugestões que foram apresentadas pela Ouvidoria da agência para ajudar na expansão da cobertura de telefonia móvel no país, especialmente em áreas que contam com menos de 600 habitantes
Background image created by Kues1 - Freepik.com
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A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou a realização de estudo sobre relatório da Ouvidoria do órgão para flexibilizar as exigências acerca do uso de repetidores e reforçadores de sinal do SMP (Serviço Móvel Pessoal). O foco desse trabalho é ampliar a cobertura, especialmente em 12,8 mil localidades com menos de 600 habitantes, onde vivem cerca de 3,26 milhões de pessoas.

Será encaminhado à Superintendência de Planejamento e Regulamentação (SPR) o trabalho da Ouvidoria, conforme deliberado pelo Conselho Diretor da agência reguladora em reunião realizada na semana passada. O material foi elaborado na gestão do ex-ouvidor Thiago Botelho, cujo mandato encerrou em setembro. O relatório também recomendou a inclusão desse item em futura Agenda Regulatória do órgão.

Esse material da Ouvidoria foi baseado em consulta pública realizada em março de 2020. Como resultado, sugeriu possíveis ações para a amplificação da cobertura SMP em pequenas localidades, com o uso de estações de baixa potência, dispensas de licenciamento e análise periódica dos equipamentos do mercado. Algumas dessas já compõem as iniciativas em curso na agência, como a revisão da regulamentação da faixa de 800 MHz (bandas A e B) ou do Regulamento de Uso do Espectro de Radiofrequências (RUE).

Reação das operadoras

Em contrapartida, na mesma consulta pública, as operadoras TIM, Claro e Telefônica  se manifestaram contrárias a iniciativas que incentivem reforçadores e repetidores de sinais adquiridos e instalados por terceiros por considerarem tal solução um risco à operação da rede e prejudicial à expansão coordenada do SMP.

As operadoras também sugeriram a contratação dos serviços junto às prestadoras por parte do poder público, com uso de recursos de fundos setoriais, desonerações tributárias para equipamentos, estabelecimento de compromissos de abrangência e negociações via TAC (Termos de Ajustamento de Conduta).

Durante a reunião do Conselho foi destacada a necessidade de aprofundar as discussões o tema. “É certo que o problema de falta de cobertura existe, mas a instalação indiscriminada de tais equipamentos não é inofensiva para a operação das redes, de forma que as ações da Agência continuam a se fazer necessárias, opinou o relator da matéria, conselheiro Vicente Aquino.

Já o conselheiro Emmanoel Campelo ressaltou a importância do estudo sobre as propostas da Ouvidoria. “De fato, precisa encontrar uma solução para esse impasse. É de interesse de todo o Conselho Diretor que a cobertura possa ser ampliada, especialmente nessas localidades que possuem uma população menos densa. É o objetivo dessa agência, sem dúvida, que a conectividade chegue a todos e precisamos encontrar uma solução para isso”, avaliou.

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Abnor Gondim

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