América Móvil vê guerra de preços no pós-pago brasileiro

Executivo da companhia afirma também que empresa está bem posicionada para conter avanço do FTTH nos mercados onde vende banda larga por cabo coaxial, mas que já adiciona clientes apenas com fibra, e prevê terminar ano com 1,5 milhão de "homes passed".

O CEO da América Móvil, Daniel Hajj, colocou em dúvida a existência de aumento de preços dos planos pós-pagos de telefonia móvel no Brasil. Diferentes operadoras anunciaram desde o final de 2018 novos pacotes, com preços mais altos. No entanto, segundo o executivo, na prática, as concorrentes acabam vendendo mesmo promoções, o que dilui os ganhos com aumentos.

“Às vezes tem-se algum aumento de preços, mas em seguida o mercado realiza promoções, então é muito difícil entender exatamente o que acontece no Brasil. Os concorrentes dizem que aumentaram, aí você estuda as promoções e vê que na prática diminuíram”, afirmou durante a conferência de resultados da AMX, dona da Claro Brasil, na manhã de hoje, 17.

Hajj, que esteve no Brasil nas últimas semanas, afirmou que se viu confuso também om as ofertas no pré-pago dos concorrentes. Afirmou que eles estão agressivos, com preços baixos. Mas a Claro se apresenta com cobertura maior e boa distribuição, o que ajudaria a explicar, na sua opinião, o crescimento que teve no segmento no segundo trimestre.

GPON

Segundo ele, a companhia conseguiu lidar com este cenário e obteve bons resultados no trimestre graças ao aumento de receita em banda larga fixa, em que apresentou crescimento de receita 13%, mesmo apesar da feroz competição com ISPs. E ao móvel, que teve aumento de vendas de 3% no pré e de 11% no pós-pago. Ele reconhece, porém, a queda em voz fixa e em TV paga “graças à competição”.

Oscar Von Hauske, COO da companhia, destacou que os ISPs não têm oferecido grande ameaça à Claro pois abordam mercados onde a empresa ainda não tem presença. Afirmou que todos os novos clientes em banda larga fixa adicionados estão com tecnologia FTTH (GPON). Nas cidades onde a empresa tem rede HFC, usa a tecnologia DOCSIS 3.0 e pode, facilmente, realizar upgrade para o DOCSIS 3.1, que oferece velocidades semelhantes às da fibra.

“Estamos bem posicionados. Sabemos que os competidores estão investindo em fibra também. Mas acho que temos a infraestrutura adequada. Este amos vamos fibrar entre 1 milhão e 1,5 milhão de casas”, disse Hauske.

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Rafael Bucco

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