América Móvil reavalia oferta de zero-rating no Brasil

Empresa vê debandada da concorrência deste modelo de negócio. Daniel Hajj, CEO da AMX, afirma, também, que foco da operação brasileira passou a ser o pós-pago e que sinergias da integração entre Claro, NET e Embratel ainda levam até dois anos para serem completamente obtidas.
Projetado pelo Freepik
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A América Móvil não está satisfeita com o desempenho das ofertas de zero-rating no Brasil. A percepção da companhia é de que ainda não está evidente o benefício que tais iniciativas trazem à operação, especialmente no segmento pré-pago, uma vez que impacta a receita média por usuário.

“Ainda estamos dando redes sociais, o que é incluído no ARPU. A concorrência está saindo desse modelo, e estamos revendo também o que fazer. Ainda não sabemos o que será, mas estamos reavaliando”, falou Daniel Hajj, CEO da América Móvil, em conferência com analistas nesta terça-feira, 02. A Claro, operadora móvel do grupo no Brasil, tem ofertas de acesso ilimitado a Facebook, Twitter e WhatsApp tanto no pré, quanto no pós-pago.

A revisão faz parte das iniciativas para recuperar o bom desempenho no pré-pago. Conforme dados da Anatel, a Claro desconectou 7 milhões de chips entre maio de 2015 e maio de 2016. Outra dessas iniciativas consiste em combater a inadimplência. Hajj explicou que, embora ano passado a Claro tenha registrado crescimento grande de receitas com dados móveis e SVA devido a ofertas agressivas, o modelo teve resultados altos de calote do usuário.  “Mudamos as políticas, e agora os clientes têm que se comprometer a pagar pelos serviços contratados, por isso o valor arrecadado está diminuindo”, disse. Além disso, ele afirma que o foco passou a ser o pós-pago, segmento em que tem a oportunidade de vender combos quad-play (banda larga fixa, telefonia móvel, fixa e TV paga).

Sinergias
O executivo comentou, ainda, que o processo de integração entre Claro, NET e Embratel não está concluído. “A união das três tem mais ganhos a serem obtidos em rede, tecnologia da informação, engenharia e marketing. Há mais um ou dois anos de trabalho para ganharmos todas as sinergias no Brasil”, observou.

A margem EBITDA no país caiu 4,5%, segundo ele, em função do aumento de despesas, por sua vez ampliadas devido à valorização do Real frente o Dólar. Também afetaram a rubrica os problemas políticos e a recessão. Mesmo assim, ele se mostra otimista. “Estamos indo muito bem no Brasil, ainda temos que consertar algumas coisas, como os dados no pré-pago. Vejo as operações no Brasil com boa forma. Não sei se vamos terminar o ano com mesma margem do ano passado, mas ficará bem próximo”, afirmou.

A operação local registrou prejuízo no segundo trimestre, ante lucro no mesmo período de 2015. No entanto, apresentou uma redução de 74,4% no prejuízo semestral, quando comparado ao do ano passado.

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Rafael Bucco

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