Os trabalhos emergenciais de recuperação de redes de telecomunicações estão quase totalmente restabelecidos em São Sebastião, no litoral Norte de São Paulo, segundo a Anatel. A agência diz que menos de 10% da rede ainda tem problemas, principalmente fibras em áreas onde ainda preciso terminar os resgates de vítimas, fazer a limpeza e reerguer postes.
Em alguns destes pontos, a fibra óptica rompida foi recuperada de forma precária, com os cabos passando sobre a lama para garantir o serviço durante o caos.
Os técnicos das empresas trabalham na recuperação de torres no entorno de Barra do Say, Tok Tok de Cima e de Baixo. Uma força tarefa liderada pelas operadoras acompanha as atividades de remoção de lama e escombros, pois podem ocorrer rompimentos em cabos ópticos à medida que esses trabalhos avançam. Caso ocorram, técnicos no local realizarão o reparo do cabo óptico imediatamente.
A Superintendência de Controle de Obrigações (SCO) da Anatel coordena os trabalhos junto às operadoras. Segundo o superintendente Gustavo Santana Borges, todas as operadoras registraram rompimentos de fibra a partir da noite de sábado, 25, mas conseguiram restabelecer o sinal móvel e a maior parte dos acessos fixos até ontem, 22.
“Ocorreram afetações no serviço de telefonia móvel e serviços fixos nos municípios São Sebastião, Ubatuba, Caraguatuba, Guarujá, Ilhabela e Bertioga, em diferentes níveis. As interrupções iniciaram durante o pico da crise, ou seja, na noite de sábado para domingo, causadas por rompimentos de cabos ópticos e, num primeiro momento, falta de energia elétrica. A RENET [Rede Nacional de Emergência de Prestadoras de Telecomunicações] iniciou sua atuação na manhã de segunda-feira dado a necessidade de coordenar esforços para a recuperação das redes de telecomunicações”, explica.
A Renet é uma rede formada por servidores da agência e representantes das operadoras para troca de informações em situações de crise. É coordenada pela SCO.
Em São Sebastião, cerca de 30% das torres da TIM chegaram a ficar inativas por conta dos deslizamentos. “Nos demais municípios a afetação de nenhuma prestadora ultrapassa 10% e, na prática, a grande maioria das redes móveis já se encontra 100% ativa. Também, não há sinais de congestionamento nas redes de telecomunicações de telefonia móvel”, conta.
Roaming emergencial
Nos últimos dias, as operadoras agiram para garantir que nenhum cidadão ficasse sem sinal. TIM e Claro compartilharam o acesso por roaming para os clientes em todos os municípios com registro de desastres naturais no litoral de São Paulo.
Essa liberação do roaming não traz custos aos clientes. O usuário pode usar o sinal de outra prestadora caso não esteja com sinal da sua prestadora natural à disposição no momento. Isso se dá de forma automática.
A TIM informa, porém, que hoje já restabeleceu integralmente os serviços de dados e voz nas cidades do litoral norte de SP. “Os sites próprios já estão quase todos operantes, somando mais de 400 antenas em toda a região. Além disso, a TIM promoveu a abertura do roaming entre operadoras para compartilhamento de acesso. Técnicos da empresa seguem em campo fazendo todo o atendimento necessário”, diz.
Não foram registrados problemas no backbone que chega a São Sebastião e às outras cidades, apenas no backhaul que alimentava parte das torres, conclui a Anatel.