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Alexandre Reis: O custo da IoT precisa ser baixo

Por mais que se façam as contas, elas não fecham.
Alexandre Reis é COO do Grupo WND
**Alexandre Reis é COO do Grupo WND

Por Alexandre Reis**

Internet das Coisas (IoT) tem sido, há muitos anos, a promessa de futuro nas telecomunicações. A previsão é que bilhões e bilhões de “coisas” estejam conectadas à internet gerando os mais diversos serviços e aplicações. O fato é que, apesar de a tecnologia estar disponível há muito tempo, a IoT segue sendo uma promessa de futuro. E não há outra razão para isso que não seja a questão dos custos.

Por mais que se façam as contas, elas não fecham.

Este cenário foi a motivação para o surgimento de uma tecnologia que enfrenta os fatores que impedem a implantação massiva da IoT. A tecnologia LPWA da SigFox tem estes diferenciais – uma tecnologia que, em todas as suas vertentes (chipset, equipamentos de transmissão, consumo de energia e custos de conexão, entre outros) foi planejada desde o começo para ser de baixo custo.

“Power of Low”: baixo custo e alto volume

Há três razões que, a nosso ver, contribuem para esta situação:
• O custo das comunicações e dos dispositivos nos modelos atualmente existentes;
• O consumo de energia dos dispositivos; e
• A ausência de cobertura em escala global que não seja por meio de acordos de roamings complexos e onerosos entre operadoras.

Para transmitir informação essencial para muitas aplicações, são necessários bytes e não megabytes. Por exemplo, para uma localização latitude/longitude são transmitidos seis bytes; na leitura de temperatura ou umidade, um ou dois bytes; em movimentos, 1 byte. Se assim é, por que então pagar por um serviço muito além do que é necessário?
Estudos mostram que, no modelo atual, pensado para a conexão no mundo de transmissão de megabytes, o melhor caso de custo por dispositivo é 2 a 3 dólares por mês. No modelo SigFox, pensado para a transmissão de bytes, o custo pode ser tão baixo quanto 1 dólar por ano.

Quando avaliamos um dos fatores de maior peso e atualmente impeditivo para a adoção do IoT, ou seja, o custo da conexão, fica claro que o modelo de negócio da SigFox é muito promissor.

Outro fator já mencionado é o custo do dispositivo: o chip desenvolvido pela SigFox, também de baixo custo, não requer pagamento de royalties. Desta forma, ele pode ser utilizado por diversos desenvolvedores a um custo mais de cinco vezes menor que outras tecnologias existentes. Como consequência, os dispositivos criados com o chip SigFox têm custo muito menor, podendo chegar à uma escala cinco vezes menor.

Além disso, um outro aspecto muitas vezes não considerado é o consumo de energia dos dispositivos – o custo de substituição de baterias pode inviabilizar completamente uma solução de IoT. Quer dizer, a tecnologia SigFox permite que os dispositivos possam ficar muitos anos sem substituição de baterias.

A adicionar aos pontos anteriores, importante relembrar que a tecnologia SigFox permite também que uma conexão negociada no Brasil faça com que o dispositivo funcione em qualquer um dos 33 países que já contam com rede SigFox instalada (em 2018, serão 60 países).

Rede nacional pública e complementar

A rede SigFox da WND Brasil tem características muito claras: é uma rede com cobertura nacional e pública – ela pode ser acessada por qualquer dispositivo que tenha a tecnologia. Além disso, por ser uma rede dedicada à transmissão de poucos dados, torna-se claramente complementar às demais redes de transmissão de dados existentes.

Aplicações críticas, por exemplo, que exigem grande volume de dados, seguem sendo atendidas pelas redes 3G, 4G e LTE. Aplicações não críticas, que necessitam de poucos bytes, têm como alternativa de baixo custo a rede SigFox.

Se considerarmos um ambiente hospitalar, apenas como exemplo, o monitoramento em tempo real de um paciente necessita claramente de uma conexão de alta velocidade (3G ou 4G); entretanto, a localização de uma maca ou outro equipamento, pode ser feita com um chip SigFox. Ou seja, neste – e em outros casos – as tecnologias se completam.

A rede atende neste momento diversas cidades brasileiras, a maior parte delas localizadas nas 12 principais regiões metropolitanas brasileiras. Até 2018, estará presente em 80% do PIB nacional. O foco é atender a diversos setores da economia, entre eles, agronegocio, segurança, logística, cidades conectadas, entre outros.

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