Administradores judiciais da Oi alertaram para a deterioração do endividamento da empresa, em relatório de agosto.

A PwC e o Wald trazem também uma lista mais detalhada dos credores, que foi aberta por "áreas". Assim, sabe-se que a Oi tem dívida com 3 mil pequenas empresas no valor de R$ 184 milhões; com 19 instituições financeiras no valor de R$ 46,1 bilhões; ou que a disputa judicial que está perdendo no Sul, dos planos de expansão da antiga Telebras, tem quase o mesmo valor do que a sua dívida com os seus fornecedores de tecnologia. Em relação aos balanços das empresas, os administradores querem mais explicações sobre a redução do saldo de caixa do segundo trimestre de R$ 3,8 bi, em relatório de agosto. No final de julho, o caixa havia melhorado, conforme novo relatório.

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* Correção: o relatório foi publicado em 26 de agosto. Novo relatório foi publicado em 15 de setembro

Os administradores judicias da Oi, PricewaterhouseCoopers  ( PwC) e o Escritório de Advocacia Arnoldo Wald (“Wald”) divulgaram no dia 26 de agosto o  Relatório Preliminar de Atividades (RPA), com periodicidade mensal, conforme determinou o juiz Fernando Cesar Ferreira Vianna, que cuida da recuperação judicial da operadora. Conforme o documento, “é possível observar a deterioração da posição de endividamento, tanto financeiro (empréstimos e financiamentos) quanto operacional (contas a pagar) e nos aspectos litigiosos (valores a pagar de natureza jurídica e retenções a título de depósito judicial) e regulatórios (multas administrativas).”

As sete empresas que estão sob a vigilância judicial –  Oi S.A., Telemar Norte Leste S.A., Oi Móvel S.A., COPART 4 Participações S.A., COPART 5 Participações S.A., Portugal Telecom Internacional Finance B.V. e Oi Brasil Holdings Coöperatief U.A. – tiveram o resultado operacional dos dois primeiros trimestres do ano analisados pelos administradores individualmente, que levantaram dúvidas sobre algumas rubricas informadas e que ainda não puderam ser totalmente esclarecidas pela administração da Oi. Entre elas, os empréstimos e transferências entre essas empresas e as demais empresas do grupo, que não estão em recuperação, e as movimentações financeiras após o pedido de recuperação judicial.

Conforme o relatório, em relação ao primeiro trimestre deste ano e a junho de 2016, a holding Oi S.A. apresentou uma redução no saldo do caixa de R$ 3,8 bilhões (tinha R$ 6,7  bilhões em março e fechou junho com R$ 2,89 bilhões), cujas explicações detalhadas ainda dependem de maiores informações. Os administradores acreditam, no entanto, que deve estar relacionada a redução nos “empréstimos e financiamentos”.

No relatório de 15 de setembro, os administradores informam que receberam quase todas as informações que faltavam. Os balanços publicados demonstram que, entre junho de 2016 e julho de 2016 os empréstimos e financiamento passaram de R$ 48, 2 bi para R$ 47, 41 bi. E o caixa, entre junho de 2016 a julho de 2016 teve uma ligeira melhora: saiu de R$ 2,89 bilhões para R$ 3,137 bilhões

 Credores

Os administradores trazem mais detalhes sobre a lista de credores, que foi aberta por áreas:

A classe 1 – que são os Credores Trabalhistas somam uma lista de 5,205 mil credores e um passivo a receber de R$ 1,105 bilhão.

Os processos trabalhistas somam 5.007 – com dívidas de R$ 483 milhões

Honorários advocatícios somam 191 – com dívidas de R$ 88 milhões

A Fundação Atlântico de Seguridade Social (dos funcionários da empresa)- tem a receber R$ 534 milhões

6 Advogados de fornecedores – têm a receber R$ 1 milhão

A Classe 2 – Credor com garantia real – figura apenas o BNDES, que tem a receber R$ 3,327 bilhões

Na Classe 3 – Credores Quirografários – são os bancos, fornecedores, regulatório. São os que mais têm a receber: R$ 60,533 bilhões.

Os credores financeiros são 19 no total (pois os milhares de bonholders estão agrupados em poucos trusteers) e têm a receber R$ 46, 105 bilhões

A Anatel tem a receber R$ 11,092 bilhões

Processos cíveis por linhas de expansão (PEX) – São 43,4 mil credores que têm a receber R$ 1,373 bilhão

Outros processos jurídicos – 14,256 mil credores a receber R$ 355 milhões

Fornecedores – 746 fornecedores têm a receber R$ 1,366 bilhão

Fornecedores Intercompany – 78 fornecedores têm a receber R$ 238 milhões

Advogados – 37 advogados têm a receber R$ 4 milhões em honorários.

Na Classe 4 – Pequenas empresas 

São 3,074 mil empresas que precisam receber R$ 184 milhões

A Oi já teria entrado com um pedido de mediação judicial para tratar da dívida junto a Anatel, uma questão que não é fácil resolver.

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Da Redação

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