PORTAL DE TELECOM, INTERNET E TIC

Leilão

Adiamento do leilão de 5G prejudica a cadeia produtiva, diz Abinee

Radiodifusores pressionam para que Anatel altere cronograma, diante da constatação de interferência em transmissões via satélite de TV aberta

Os sinais de que o leilão de frequências destinadas para as redes 5G pode não mais sair até março de 2020, como previamente anunciado, deve ter efeitos colaterais. Entre os quais, atrapalhar planos de incremento da produção de equipamentos para redes e o desenvolvimento de serviços inovadores.

Para a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o impacto da decisão poderá ser sentido na cadeia produtiva. “O adiamento postergará os investimentos (Capex) das operadoras, impactando negativamente toda a cadeia produtiva e de serviços do setor e sua geração de empregos”, diz em nota ao Tele.Síntese. A entidade tem entre seus integrantes fabricantes como Cisco, Ericsson, Huawei, NEC, Nokia e Qualcomm.

Na avaliação da Abinee, haverá prejuízos na produtividade e na competitividade da indústria brasileira em geral, “pois a tecnologia 5G atua no sentido de ampliar o nível de automação, trazendo benefícios para a Indústria 4.0 , além do acesso a outras aplicações que exigem baixa latência, como Internet das Coisas, telemedicina, mobilidade”.

Áreas como o agronegócio, segurança, mobilidade urbana, prevenção e recuperação de desastres naturais, que também poderiam se beneficiar com a tecnologia, “serão igualmente prejudicadas”, observa.

Contexto

O leilão de espectro para a 5G pode ser atrasado, deixando de acontecer em março, como previsto, em função da pressão de radiodifusores por uma solução quanto ao uso do espectro de 3,5 GHz. Grupo de técnicos da Anatel identificou que não há convívio harmonioso entre a 5G e a transmissão de canais de TV aberta através da banda C, frequência captada apenas por meio de parabólicas e que vai de 3,8 GHz a 4,2 GHz.

Embora a quantidade de parabólicas seja pequena, e ainda não se saiba quantos usuários dependem de programas assistenciais, as TVs demandam a existência de uma política pública para mitigar a interferência. Tal iniciativa iria da troca de equipamentos à migração dos canais da banda C para outra faixa, como a Ku.

TEMAS RELACIONADOS

ARTIGOS SUGERIDOS