Com ISPs em desaceleração, Connectoway se volta a setor público e PMEs

Para 2024, distribuidora já tem contratos em andamento com órgãos públicos e empresas privadas; diretor acredita que setor de provedores deve melhorar com consolidação do mercado
Connectoway mira setor público e PMEs, enquanto aguarda consolidação de ISPs
William Taylor, diretor da Connectoway; distribuidora tem perspectivas mais positivas para telecom após consolidação de ISPs (crédito: Divulgação/Connectoway)

A Connectoway tem uma estratégia bem definida para 2024. Enquanto o mercado de provedores de serviços de internet (ISPs) desacelera, as principais apostas da empresa estão voltadas aos setores público e corporativo, além das pequenas e médias empresas (PMEs).

Em entrevista ao Tele.Síntese, William Taylor, diretor Comercial e de Marketing da distribuidora, destaca que, neste ano, houve uma “desaceleração bem acentuada” nas vendas para prestadores de banda larga, sobretudo em função da “elevada taxa de juros” e da necessidade de rentabilizar as redes existentes.

No entanto, a empresa já previa que esse momento chegaria. Com isso, há três anos começou a montar uma unidade para soluções corporativas (o nome oficial é Enterprise), a qual deve deslanchar no ano que vem. Nesse segmento, a Connectoway vai atuar como provedora de soluções de conectividade para quatro verticais: governo, setor elétrico, concessionárias de rodovias e cadeia de TI.

“Percebemos que a desaceleração do mercado de telecom levaria a empresa à estagnação. Então, tivemos que desenvolver novas unidades de negócios”, diz o executivo.

Taylor afirma que a distribuidora já tem contratos fechados e outros em andamento, especialmente com repartições públicas. No setor privado, alguns acordos devem ser selados ainda em janeiro.

“Já fechamos projetos importantes em Enterprise com o setor público que vai trazer uma injeção alta de dinheiro para a empresa. Em 2024, sem sombra de dúvida, a Connectoway vai estar colocando os holofotes nessa BU [sigla em inglês para unidade de negócios]”, acrescenta.

Pequenos negócios

Outra aposta da empresa para o próximo ano é uma parceria com a Huawei para levar infraestrutura de conectividade a pequenos e médios negócios. O eKit, como o conjunto de soluções é chamado, trata-se de uma versão simplificada de uma rede para estabelecimentos comerciais de pequeno e médio portes.

Neste caso, a Connectoway não vai atender diretamente às empresas, mas treinar e fornecer as soluções para revendedoras. A expectativa é de que os equipamentos sejam demandados por uma variedade de negócios, entre os quais supermercados, farmácias, galerias comerciais e hotéis.

“Equipamentos típicos de telecom são mais robustos e caros, com features [características] que tornam o custo um impeditivo diante do orçamento de uma pequena empresa. Os eKits, por outro lado, conseguem atender bem esse mercado”, assegura Taylor.

Nova realidade dos provedores

Para o setor de ISPs, o de maior importância para a receita da distribuidora, a perspectiva da Connectoway é de que 2024 seja uma continuação de 2023, isto é, o prolongamento do processo de fusões e aquisições e de integração das atividades.

De acordo com Taylor, os provedores precisam enfrentar os desafios de fidelizar clientes e de ampliar o portfólio de serviços, a exemplo do que as grandes operadoras já fazem. Em linhas gerais, é migrar de provedor de acesso para empresa de serviços digitais.

“O melhor de todos os cenários é a higienização do mercado”, pontua o executivo. “Quanto antes esse movimento acontecer, melhor, até por lastro financeiro. Todo mundo quer investir e comprar, mas são poucas as empresas que conseguem fazer investimentos pesados”, complementa o diretor da Connectoway.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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