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Cemig Telecom foca o mercado corporativo

Para evitar a dependência das grandes operadoras, desde 2015 a operadora investe na conquista de clientes empresariais e de ISPs.

Em um ano, a Cemig Telecom, o braço de telecomunicações do grupo Cemig, estatal mineira da área de energia elétrica, conseguiu duplicar o número de vendas. Seu carteira de clientes, antes praticamente restrita às quatro grandes operadoras de telecom, hoje já soma cinco centenas, atendidos por sua rede que cobre 90% do PIB de Minas Gerais.

Desde que Mauro Borges, ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, assimiu a presidência da holding Cemig, a orientação foi para a Cemig Telecom traçar uma estratégia para rentabilizar sua rede, focando no mercado corporativo. “A empresa era muito verticalizada, com quatro grandes clientes, as quatro grandes operadoras, que respondiam por 80% da receita”, relata Fabio Abreu Carvalho, diretor Comercial e de Operações. A busca por novos clientes – empresas, órgãos públicos e também provedores regionais de acesso à internet – tem sido bem sucedida. A Cemig Telecom tem 510 clientes em sua carteira, uma centena dos quais ISPs que lhe permitem chegar em 220 cidades – em 90 delas atende seus clientes com rede própria.

Além de buscar novo foco para rentabilizar a rede de 10 mil quilômetros de cabos ópticos, a Cemig Telecom também decidiu abandonar o mercado doméstico que atendia por meio de parceiros de TV a cabo, Oi e Net. A Oi, que usava a rede HFC da Cemig Telecom para atender clientes em seis cidades, rompeu o contrato pois decidiu usar a solução satélite. O objetivo da empresa é vender a rede HFC. Já a rede óptica com tecnologia GPON que interliga 39 condomínios, foi negociada com a Algar Telecom.

“Não queremos expandir a nossa rede. Queremos colocar mais clientes nela”, explica Carvalho. Na busca de consolidação no mercado corporativo, contou pontos ter vencido uma licitação da Caixa Econômica Federal para interligar 600 agências em Minas Gerais e nas regiões metropolitanas de Fortaleza, Recife, Salvador e Goiânia. “Agora, também estamos atendendo outros clientes nessas áreas”, conta Carvalho, lembrando que a meta é chegar a 2018 com 2 mil clientes corporativos.

Apesar do crescimento da carteira de clientes, o faturamento da Cemig Telecom, em 2016, deverá ficar em R$ 140 milhões, inferior aos R$ 148 milhões de 2015, em função da perda do contrato da Oi que era de R$ 2,5 milhões/mês. Os investimentos previstos para o ano somam R$ 28 milhões, aplicados no core da rede e na última milha em rede óptica para interligar os clientes corporativos.

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